Excerto do livro: Diário em Carbono Liquido por Agnes Gonzalez
Livro dedicado a todas as pessoas que tenham passado por relações sejam elas que tipo forem, que se possam rever neste diálogo que é nada mais nada menos que uma confusão de sentimentos.
Tenho consciência de que a vida não é um mar de rosas e que nem sempre fui o que era idealizado pelos outros, no entanto quero só deixar esclarecido de que não somos vítimas de nada, a não ser das nossas próprias acções, uma vez que as mesmas dependem exclusivamente da nossa capacidade de auto-reflexão e do nosso auto conhecimento.
Deixo o apelo a tod@s os que alguma vez se deixaram envolver demasiado, aos que dependem dos seus companheir@s, essencialmente a nivel emocional e de todas as outras formas, aos que têm pouca auto-estima e aos que que têm medo de abrir o seu coração com medo do que possam vir a sofrer!
Amar nunca é demais, desde que se consiga entender a razão da nossa fragilidade!
Este texto foi publicado anteriormente, mas foi removido, volto a publicá-lo, pensei que o tivesse perdido embora o mesmo não se encontre completo, quero agradecer a quem o guardou junto da sua memória... desde já o meu obrigado do fundo do coração.
Quando não se tem nada a perder, a coragem torna-se um dever!
-Opá, mas tu tás te a passar ou quê??
-Quem!?!Eu?!Granda lata!
-Sim, realmente, até parece que nunca as flores secaram por falta de lágrimas? -E tu tás a dizer que eu nunca chorei só para as poder ver secas?! Pois, lamento informar-me, mas todas as gotas que me caíram da face foram em prol de que o luar nunca as deixasse de iluminar, para poderem ter luz e se alimentarem!
-Sim, mas isso não implica que tenhas quebrado o basalto que ocupava o meu coração, disse-te tudo de mim, nunca o fiz! Só depois percebi que em vez de me colocares a mão no ombro e dissesses: ”Pra quê isso? Sabes que sem se tentar, nunca se sabe o que se alcança! Tenta” e sabes porquê? Porque as minhas palavras não são certas e ouvindo as dizer por outro alguém, parece que soam melhor! Antagonicamente, como já verifiquei, conseguiste inverter o sentido amoroso! O que é para ti o Amor? Foi sempre uma pergunta a qual fugiste!
-Opá, não tenho paciência para essas merdas das definições, o que interessa é o que se faz para que se fluía, seja coordenado, fácil! Não quero saber, nem te vou responder, porque isso irrita-me, polui-me, atrapalha-me, revolta-me! Não tenho confiança em ti, não sei se daqui a bocado estás numa de atrair boa sorte, se queres é se destrua o que há! Não captas! Mas sempre…não dá! É triste saber que afinal tudo não passou de um engodo! E eu fui enganado, porque pensei que se pudesse fazer coisas e no fundo o que se supunha era um desatino constante! Não tenho paciência para discutir se fizeste bem ou errado, porque já nada me surpreende, é me indiferente, desde que não comeces com aquelas tretas dos discursos tão típicos teus de que é assim, porque é assim e nada mais existe! Tu existes, os outros, não! E como se ainda não bastasse nada te teve, não tive aquela sensação de ser livre, de poder contar com o teu tempo, com a tua vontade, eu não existo também, odeio o quanto me fazes sentir como um prego que já está torto espetado na madeira e que por muito mais que batas ele nunca se endireita! Acabou-se o tempo em que acreditei que seria possível caminhar num túnel e antes de chegar ao fim já o tenho iluminado! Quero que me deixes funcionar com o que pretendo, violas-me os pensamentos! Entras e queres que esteja disponível para tudo! Arghhhh! Eu não tenho nada que fazer isso! O que é isso?! Pareces um daqueles insectos que giram á volta das lâmpadas! Sabes? Giram tanto á volta daquilo, mas tanto, tanto! Não param de girar e giram e giram, mas se derem um giro mesmo ao centro da lâmpada com mais violência dai a umas horas giram mas é “kapute”! Tu andas sempre a girar, tens medo de dares cos cornos e marares! E não pensas…ou secalhar isso também já deve ser assim um esforço maior, não?! É tudo uma merda, irritas-me com a obrigação de ser eu a fazer, não suporto essa ideia de ser levado para ser amarrado, ali, sem me mexer, á espera de que me caia um saco cheio de dinheiro! E mais! Caguei, não prestas, não quero que me vejas como se fosse um descobridor de lucros, porque daqui não levas nada, tudo tem de ser alí á risca, tudo contado até ao último cêntimo, níquel, euro por euro, hora por hora, porque eu quero que percebas que não ando aqui a brincar, caralho! Eu não vou mais levar com isso! Tu não és nada! Tu não queres nada e eu odeio quem não quer nada, ou parece não querer, porque eu muitas vezes já duvido que queiras mexer em qualquer coisa! Arghhh!! Pá, o tempo em que era tudo bonito já não existe, nada me prende e tu vais continuar nessa ilusão de que tudo não passou de um mal entendido, porque não era aquilo que tavas a dizer, mas porque era aquilo que tavas a fazer! És uma autista! Inconsciente! Tentas sempre dar o que tens, mas também tens o quê?! Nada!! Fazes-te passar por uma pessoa que afinal não és nada do que pensas! É para eles verem, só! Não é por isso que te vão dizer que sim a tudo! Não tens noção de que o espaço do teu mundo é diferente do espaço dos outros! Não te dás conta de que há mais coisas que se podem fazer e mesmo que houvessem andavas a ver “quem” ou o “quê” é que te podia dizer se tava certo, só porque não sei o quê! (.,.)
(…)
-Dás- te conta de que me dás as armas todas!? Já sei que por muito mais que diga, falta sempre qualquer coisa! Sou uma verdadeira inútil, sim senhora, foi sempre o que eu mais queria e tu conseguiste fazê-lo! É por isso que eu gosto de ti, sim, porque eu não posso viver sem os teus conselhos! Eu desrespeitei-te sempre, não foi? Consegui igualmente um outro meu triunfo, que era ser uma verdadeira chata, perseguidora, fogo, estou mesmo feliz, só não queria que pensasses que era de propósito, mas tu consegues sempre descobrir os enredos e os problemas, encontras soluções ao virar da esquina, em cima do balcão, a vasculhar contentores, até podem estar vazios, mas tu vais lá na mesma só para te certificares que nas paredes ainda pode estar algum pacote de acúçar para te curar essa azia permanente, estúpida e sem sentido que fazes questão em por ao de cima, sem que alguém te tenha dito nada de agressivo ou de querer mostrar alguma consideração pela tua pessoa! Dói-me o coração! Não imaginas o sofrimento que me assola desde que me deixaste, tenho pena de não te conseguir fazer sentir o alivio que eu tive quando aprendi que afinal aquela pessoa que tanto condena manifestações de carácter corrosivo, que me alertou para o facto de eu ter outras pessoas de me estarem a reprimir, me está a fazer o mesmo, que quem acredita na partilha de conhecimento, de trocas de afecto, compreensão, de apoio, de entre-ajuda, como casal, sim, tinha essa ideia! (Nunca quis que fizéssemos isso sozinhos, sozinhos a partilha seria mais a roda de uma roleta!) Essa pessoa que acredita no funcionamento de uma comunidade, de igualdade principalmente, justiça e clareza de discurso, vem por um outro lado atingir o meu lado mais sensível! Quando digo que dei tudo, digo que pensei que podia confiar em ti também, mas afinal tudo o que eu fiz! Será que fiz?!? Pá, diz-me lá, lembraste de eu ter feito alguma coisa, sozinha ou contigo em que elogiaste de coração o que se repartiu, ou melhor o que era comum!? Lembro-me, eu, em tempos que já lá vão e que eu gostava que voltassem, que voltassem a ser como eram!! Preciso tanto de ti, meu amor, preciso tanto do teu carinho, da tua força, do teu carácter vincado e essa personalidade tão invulgar que faz com eu continue a achar que temos coisas em comum, temos imensas coisas em comum, só não temos em comum é o sentido de amor e principalmente o mesmo sentido de respeito, essencialmente, já que falas tanto em respeito e eu que não sou uma pessoa objectiva, antes pelo contrário eu sou um monstro das situações indesejadas, das merdas por resolver! Bem, sou feliz ao teu lado, quero ficar contigo, sabes disso! O problema é que tu pensas que eu tenho medo! Eu não tenho medo! Que fique aqui bem assente, escrito até, para a posteridade do nosso futuro, que eu gostava que fosse: juntos! Espero que sim! Quero-te dar carinho, parvo! Pra quê tanta revolta? Tanta agressão verbal?! Logo pra mim, só podes estar a gozar, alimentaste-te das minhas fraquezas para agora jogares e brincares com a minha vida ao ponto der eu achar que estava louca?! Não!! Nem penses! Nunca, mais! Fique dito da minha parte que: eu não tenho mais nada a perder, mas também não tenho mais nada a ganhar, o que vier por bem, entra e sai por bem, sempre! Integra! SOU e com muito gosto, há quem não goste que eu seja assim, mas eu não consigo evitar, não é defeito, é feitio e contra isso eu não posso ir! Mais, perdi o medo! Agora, fica comigo, não achas que já chega desta merda? Vê só se da próxima não sejas tão sisudo no teu discurso, por favor, eu não faço nada para que isso aconteça, sempre fui cordial para contigo, não tenho por hábito pagar na mesma moeda, mas se o problema for esse eu prefiro pagar com raios de escória e se calhar há quem não vá gostar e meter finalmente a mão na consciência nos sentido de: “pá, eu não preciso fazer isto, faço isto porquê?” “Sou assim tão exigente para quê, o mundo vai acabar amanhã?” Bem, não interessa também a minha opinião, eu não sou nada, não é?! Sou feliz por ser nada, assim já posso mudar o meu nome no meu próximo cartão de identidade! Nós nunca nos vamos entender, eu já percebi, porque tu não queres, sabes! Não necessitas de ser assim, vais a correr para outros braços assim que puderes, quem tanto amou e quem tinha tantos planos! Desperdiças tudo o que construímos em nome de uma ameaça fantasma! És exímio em conquistar quando te convém, para quem desdenha, porque não serve, paradinho, coisa mais sem sal, era como se fosse um saco de batatas e tinha se de tocar de mansinho porque os grelos podiam magoar as costas, afinal agora já serve! Do mal ao menos: divide-se a sarna! Bom proveito! Até agradeço, porque assim angariasse mais uma testemunha de jeová! Muito bem, já dizia a minha avó:” É nas costas dos outros que eu vejo as minhas” Aproveitaste as minhas ilusões e as minhas inseguranças, atiras me á cara a quantidade de insultos que categoricamente, se não me falhasse a memoria, até a ordem eu os poderia enumerar por género, quantidade e qualidade! Bem, tou só a dar a minha opinião, não quero que leves a mal, mas essa rivalidade, essa competição, esse abre olhos de que tu tanto falas, chegou e sinceramente eu não gostava de estar na pele de quem o criou, o mundo é pequeno e tão sujo, tão sujo, tão podre, tão doentio, tanta moléstia, tão esgoto, tão nada! Olha, somos irmãos! Eu e o mundo! Por muito mais que me custe a admitir, este sofrimento atroz, esta pedra dura que deixou a carne consumir, tornou-se mortal, conseguiste o fazer muito bem, acreditei sempre até á ultima na tua palavra, nunca duvidei das tuas capacidades, mas mesmo assim, não fui compreendida, fui enganada, traída, porque é uma traição maior fazer o que tens feito onde continuo acreditar que não és assim mas ok…E que tal provares só um pouco do teu veneno?! Este diamante a quem dera muita gente poder ter ao seu redor irá demorar algum tempo a recuperar a coragem, mas como o que é de extremos se atrai e eu sou excessivamente perfeccionista, prefiro ficar em silencio a partir de agora e deixar correr o destino! Sabes porquê? Porque o azeite não se mistura com água…