segunda-feira, 17 de junho de 2013

Para ouvir alto e em bom som em homenagem á familia que me aceitou como um deles! Uma vez cigana, para sempre cigana!




Em homenagem a MãSara que ao fim de tantos anos me transmitiu um pouco da sua infinita sabedoria!
"Esta é a tua familia, a nossa, tudo o que precisares a nós virás buscar"





Esta video é dedicado ao meu amado povo cigano que vem através do séculos mostrando à humanidade que as unicas coisas que realmente importam nesta vida são a familia, a honra, o amor, a união e a liberdade!
E vencendo todos os preconceitos e perseguições este povo magnifico mostrou a beleza de sua cultura, acrescentando arte e colorido à este imenso mundo. Povo de minha alma, meu coração está contigo para sempre! OPTCHÁ!!!


domingo, 16 de junho de 2013

Lembro-me...

- de jogar ao guelas e fazermos batota para ficarmos com os abafadores da Elsa
- de chamarmos o pessoal do bairro para brincarmos à sirumba e sermos nós os ladrões
- de roubarmos as beatas ao teu avô para as ir fumar ao cimo do monte
- de enganarmos a d. Lúcia com os trocos fora de circulação a fim de termos mais pastilhas
- de jogarmos ás escondidas nas manilhas junto á minha casa para podermos roubar beijos um ao outro sem que ninguém visse
- de te ver de braços abertos sem as mãos no guiador na BMX emprestada sem olhar no cruzamento ao fim da rua
- dos skates banheiras
- das petas que eu dava à minha mãe para poder sair e ir ter contigo ao baile da associação para dançarmos slows
- da bezana que apanhámos com absinto caseiro em que eu imaginei ter-me transformado num gato e ter ido miar à porta da igreja
- das esperas á porta da minha escola
- das broncas que levava da minha mãe quando chegava a casa a cheirar a fuligem das fogueiras que faziamos nas vivendas em construção na altura em que o meu bairro tinha só meia duzia de casas
- de tirarmos a roupa um dia e termos assustado os teus sobrinhos pequeninos ao entrarmos em tua casa numa manhã em que todos tinham ido trabalhar
- de fugires aos teus avós cada vez que te chamavam "maldito" aquando vinhas ter comigo
- de roubarmos a fruta das árvores dos vizinhos
- das bombas de mau cheiro na casa mortuária quando um dia velavam um vizinho
- de jogarmos à bola todos juntos e eu ter partido o espelho de um carro da oficina do sr. Acácio e teres te dado como culpado
- de jogarmos à sueca com os velhos no café e ganharmos sempre porque tinhas as cartas contadas
- do jogo da caneta em que o meu castigo foi saltar em cima do tejadilho de um carro que pensámos estar abandonado e afinal o carro estava era a arranjar
- de termos um dia apanhado o puto Bruno e tê lo fechado dentro de um contentor do lixo como forma de castigo pelas intrigas que fazia à tua avó sobre nós
- de gozarmos com as beatas ao domingo no fim da tarde quando saíam porta fora todas emproadas
- da garra com que ias para a feira de Odivelas com os teus avós e eu fazia tudo para passar na tua banca a fim de te ver trabalhar
- de me teres enxuto as lágrimas quando morreu o meu hamster preferido
- de o termos desenterrado ao fim de um mês porque queríamos ficar com o esqueleto e não lhe conseguirmos pegar
- do termos apanhado o teu irmão Oscar a fumar ganzas e termos lhe roubado o material para fumarmos nós
- do teu irmão Ica namorar com a Sara ás escondidas e eu contigo
- da fisga que me ofereceste e que a minha mãe tirou porque me dizia que era coisa de rapazes


- de me teres dito um dia que jamais te irias separar de mim mesmo que tivesses longe noutra dimensão
- de teres rompido com as tradições da tua tribo
- de me teres ensinado a tua cultura, a tua lingua e que se um dia eu tivesse que sofrer por amor, me lembrasse de ti e do que sofriam as mulheres da tua familia com a violência de género e que nunca deixasse que isso acontecesse comigo
- de me teres pedido para nunca depender de ninguém e me tornar numa mulher autosuficiente
- de me teres respeitado sempre e de nunca teres proferido uma única palavra grosseira até ao dia em que desapareceste no mar
- da tua consciência, da tua segurança, de teres crescido demasiado depressa para o tempo em que viviamos
- da tua camisa branca sem botões, da tua voz que fazia as miúdas tremerem cada vez que lhes dirigias palavra e dos teus olhos verdes transparentes

- de me teres pedido para viver a minha vida dignamente de cabeça erguida e que a vivesse intensamente como se não houvesse amanhã e sempre com um sorriso na cara












MãSara

MãSara veste de negro há mais de trinta anos!
MãSara é a mais antiga anciã do clã Viana Gentil, enterrou a maior parte dos quinze filhos que teve e alguns dos seus trinta e oito netos!
MãSara enterrou o marido e diz que não tem saudades dele, foi prometida ainda antes de nascer e teve de cumprir com a sua obrigação de esposa submissa durante mais de cinquenta anos, hoje tem noventa e sete e refere-se a si própria como "sempre noiva"!
MãSara não saber lêr nem escrever, sabe fazer contas, nunca foi à escola, mas a sua sabedoria ultrapassa o mais graduado em qualquer disciplina!
MãSara vivia perto de mim na minha adolescência, de cada vez que me via à sua porta, benzia-se e mandava-me embora, mandava dizer pelo neto que eu iria ser a desgraça daquela familia!
O ano passado por esta altura, mandou o seu neto Damião chamar-me aos seus aposentos no acampamento porque me queria rever ao fim de mais de quinze anos! Fui escoltada como se de uma princesa se tratasse, ao ver-me agarrou-se a mim e chorou, chorámos as duas! Ambas sabemos porquê!
MãSara ainda fala em romanês misturado com espanhol e português, agora, depois de ter enviuvado, fuma o seu cachimbo perfumado sem qualquer tabu defronte da familia! Perguntou-me como andava a minha vida, se tinha casado, se tinha filhos! Contei-lhe a minha história! Voltou a chorar!
Disse-me que tinha visto o meu destino traçado no seu tarot e por isso me enxotava da sua casa como se tivesse uma doença contagiosa!
Lançou o na minha presença e das três vezes que o fez as cartas eram sempre as mesmas, podia ter sido truque, mas sei perfeitamente que não, fui eu que as baralhei!
Disse-me também que devia investigar as origens da minha familia paterna, foi isso que fiz no ultimo ano, em contacto com a minha avó Jesus, a avó condescendente e paciente, a mesma que cortou a sua longa trança branca quando o meu avô faleceu, confessou-me que era descendente de mercadores espanhois daí o nome Guardado, comum em vários zonas castelhanas.
Da parte da minha mãe, não soube nada, mas MãSara contou-me pormenores que encaixavam perfeitamente em assuntos que só algumas pessoas mais chegadas conhecem, tal como o facto da minha avó com noventa anos ter um aspecto jovial e ainda dar consultas em casa a senhoras em troca de um abraço ou uma palavra amiga!
MãSara aceitou-me no seu clã, contou-me que em cinquenta anos de casamento fiel, o seu marido foi sempre um tirano, contou-me que foi vitima de maus tratos em todos os quadrantes imaginários, nunca concordou com o tratamento que levava, mas tinha sido prometida e como tal não podia fugir, seria deserdada e eventualmente morta caso o fizesse, também o seu neto foi prometido, mas não chegou a cumprir o seu destino, pois havia visto que uma "senhora" lhe haveria roubar o coração, seria eu, nos meus quinze anos!
MãSara ouviu a minha história de vida, franzindo o sobrolho, sinal de quem não gostou do que ouviu, disse-me que tinha sangue nómada que era resistente, pediu-me o grupo de sangue e antes que eu abrisse a boca lançou uma carta e em tom esperançoso, argumenta:" AB Positivo, Romi!?"
Confirmei!
Voltei a ver os seus olhos verdes reluzentes tremerem!
O grupo AB é dos sangues mais raros e mais antigos, mas isso não faz de mim um ser diferente!
Cortou-me o pulso delicadamente e deixou cair umas gotas de sangue na sua mão, fez o mesmo consigo, com o seu dedo indicador fez uma mancha na minha testa, proferiu: " És agora Viana Gentil, Romi! O meu neto tinha o mesmo sangue! És sangue do meu sangue!" Contou-me que sabia de tudo o que fazíamos juntos, que mandava os sobrinhos espiar-nos para poder ter a certeza de que o seu menino de oiro não fosse desviado, contou-me que todos os dias o inquiria a saber se me tinha desonrado, contou-me que sentia que o seu amor por mim não tinha precedentes e que um dia ele haveria de voltar para me vir buscar caso fosse mesmo obrigado a casar, que nunca seria fiel à sua esposa, que me iria destruir o casamento caso eu não ficasse solteira, contou-me que as discussões lá em casa eram de meia noite com o avô de cada vez que lhe dizia que era comigo que queria ficar, o avô respondia-lhe que antes morto do que casar com aquela "senhora" contou-me que antes dele ter partido tinha visto o seu futuro no seu tarot cigano, actualmente gasto e envelhecido e que se fosse hoje não teria sido conivente com a oposição à nossa união! "A minha familia é agora a tua, a nossa, tudo o que precisares, se pretenderes, a nós virás buscar!"
Não por causa do sangue, mas pelo suplicio que viveu em toda a sua vida! "É na perda, minha querida... que damos valor ao que tivemos!" Dito isto, abraçou-me e mandou-me embora!

Hoje, ás oito horas da noite, o meu telefone tocou!
Do outro lado, Damião, o meu "cunhado" conseguiu dizer com um sorriso numa voz entorpecida: "MãSara partiu e está feliz!"




Que a paz te ilumine, MãSara! Foste uma vencedora no meio de tanta derrota!







terça-feira, 11 de junho de 2013

Viva!






Ya no estás más a mi lado, corazón
en el alma solo tengo soledad
y si ya no puedo verte
porque Dios me hizo quererte
para hacerme sufrir más

Siempre fuiste la razón de mi existir
adorarte para mí fue religión
y en tus besos yo encontraba
el calor que me brindaba
el amor, y la pasión

Es la historia de un amor
como no hay otro igual
que me hizo comprender
todo el bien, todo el mal
que le dio luz a mi vida
apagándola después
ay que vida tan obscura
sin tu amor no viviré...

Ya no estás más a mi lado, corazón
en el alma solo tengo soledad
y si ya no puedo verte
porque Dios me hizo quererte
para hacerme sufrir más

Es la historia de un amor
como no hay otro igual
que me hizo comprender
todo el bien, todo el mal
que le dio luz a mi vida
apagándola después
ay que vida tan obscura
sin tu amor no viviré...

Ya no estás más a mi lado, corazón
en el alma solo tengo soledad
y si ya no puedo verte
porque Dios me hizo quererte
para hacerme sufrir más

Y si ya no puedo verte
porque Dios me hizo quererte
para hacerme sufrir má
Soledad,
Fue una noche sin estrellas,
Cuando al irte me dejaste,
Tanta pena y tanto mal.

Soledad,
Desde el dia en que te fuiste
En el pueblo solo existe
Un silencio conventual

Soledad,
Los arrollos estan secos,
Y en las calles hay mil ecos,
Que te gritan sin cesar.

Soledad,
Vuelve ya,
A quitar con tus canciones,
Para siempre los crispones,
Que ensordecen mi solar.

Soledad,
Vuelve ya,
A quitar con tus canciones,
Para siempre los crispones,
Que ensordecen mi colar.

Soledad,
Vuelve ya,
Vuelve ya,
Mi Soledad.


sábado, 8 de junho de 2013

Caminhos turvos de Dazkarieh




Caminhando vi luz que embala
Sentir que escapa ao olhar

Forte percorri nova estrada
em trilhos por semear

Querer dominar destino oculto
Momento por decifrar
Vida que adormece em longo luto
Quimeras por alcançar

Querer agarrar ondas de loucura
Num momento sem pensar
Ilusão de mais de longe perdura
Mão que urge curar

Voz que entoa paz profunda
Clama em se descobrir
Grita pra revelar segredos a perseguir

Teias que tecem tons escuros
Para me aprisionar
Grito pra libertar demónios
Livre pensar

Querer agarrar ondas de loucura
Num momento sem pensar
Ilusão de mais de longe perdura
Mão que urge curar

Querer agarrar ondas de loucura
Num momento sem pensar
Ilusão de mais de longe perdura
Mão que urge curar

Despertando um sol que emane
Luz no meu jardim
Sentinela nua e crua
Chama por mim

Libertando amarra turva
De um silêncio tal
Emergir pra sempre duma sombra infernal

Vir de um sono profundo
O mundo agarrar
Querer desvendar futuro
Duvidar





Caminhos turvos da Humanidade...
que não quer ver......
que por vezes as mais pequenas e insignificantes coisas..... são de longe as mais belas..
não deixes o teu espirito ser contaminado pelo materialismo..
Não te tornes marioneta dos sistemas capitalistas...
Pensa por ti próprio, aprecia a vida em pleno, respeita o proximo...
Paz, Amor, justiça,alegria, felicidade, fraternidade para a Terra e todos os outros planetas habitados....

KAOS escreve

ignóbil hipócrita consorte
quanto tempo mais irás esconder a tua podre essência entre duas caras
por quanto tempo mais irás andar em liberdade adquirida pelo medo e insegurança
quanta pressão terás aí dentro que consiga mover os interesses próprios da tua laia mortal
asquerosa e deprimente
quanto tempo mais irás demonstrar a tua arrogância e superioridade para quem te demonstrou amizade
serás escravo da tua própria iniquidade
pragas
a maquina irá parar de funcionar e a cegueira será uma constante
cães te devoram o semblante
em fogo levantarás o que te domina e a morte de ruínas estará no teu destino
quantas mais etiquetas irás ter para catalogar quem te rodeia, hipócrita
quantas mais manipulações interesseiras de interior putrefacto se irão aproximar e te deixarão de joelhos rastejando desprovidos de sentimentos
merecida dor que te alimentará o ensino altruísta em prol das tuas conveniências passageiras sem noção de respeito
pesadelos
tumultos nocturnos rodearam a tua segurança como ladrões de crianças
em sangue se consome a inconsciência dos teus actos sujos
perimetros
analisa a tua cabeça e irás encontrar a solidão
poucos se chegarão para tratar das chagas decrépitas e nauseabundas que saem da tua boca
tudo tem uma causa
esconde-te
a legião é enorme e encontra-se ávida da tua jugular

acabou-se-te o tempo



romi
voa
vive
livre
segura
em honra te prometi
em sangue partilhei
em terra não te esqueci
em morte te devorei
dança
sente
ama
sem rancor te quero fresca
digna da minha eleição
és romi
senhora do meu coração
sorri
descansa
atenta
amarei a tua vida
tal como se fosse minha
romi destemida

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Só por (a)caso...

No meio de tanta investigação... o azar nem sempre está atrás da porta... né!?


Não me mostres o teu lado feliz
A luz do teu rosto quando sorris
Faz-me crer que tudo em ti é risonho
Como se viesses do fundo de um sonho
Não me abras assim o teu mundo
O teu lado solar só dura um segundo
Não é por ele que te quero amar
Embora seja ele que me esteja a enganar

Toda a alma tem uma face negra
Nem eu nem tu fugimos à regra
Tiremos à expressão todo o dramatismo
Por ser para ti eu uso um eufemismo
Chamemos-lhe apenas o lado lunar
Mostra-me o teu lado lunar
Desvenda-me o teu lado mausão
O túnel secreto a loja de horrores
A arca escondida debaixo do chão
Com poeira de sonhos e ruínas de amor
Eu hei-de te amar por esse lado escuro
Com lados felizes eu já não me iludo
Se resistir à treva é um amor seguro
à prova de bala à prova de tudo

Mostra-me o avesso da tua alma
Conhecê-lo e tudo o que eu preciso
Para poder gostar mais dessa luz falsa
Que ilumina as arcadas do teu sorriso
Não é por ela que te quero amar
Embora seja ela que me vai enganar
Se mostrares agora o teu lado lunar
Mesmo às escuras eu não vou reclamar


e depois disto... a minha costela basca/espanhola diz me: Zorte duzula izango zure bizitzan zehar, tio! 
Questerió ondere bastará par te! Uska!