terça-feira, 29 de abril de 2014

Kaos escreve

Levanta as mãos...e solta a língua que nos faz tremer o interior...
Dança...
Vibra...
Eleva-te...
Vive...
Controla o teu poder...estratega minucioso...

Nada te poderá deter se tu investires na prática das tuas forças...
Ocupa a tua mente...libertas a união da tua existência cada vez que silencias os que se sentem culpados da sua vil conspiração...
Sente a vida até ao limite do infinito...
Urge o tempo...na tua virtude...
Afasta de ti todas as tuas fúrias...

Livra-te das intempéries grotescas...
Une-te à simplicidade das tuas ideias...
Serás o confronto da tua existência...
Na ordem da tua natureza reside a luta sangrenta pela inodora dor...
Escrevo através das tuas mãos...víbora paciente que espera pelo temível caçador...
O ágil devorador conspira contra o que lá vem...será presa fácil da sua artimanha...

Incorpora-me...farei parte da tua energia...quando assim o quiseres...
O entendimento supremo só a nós diz respeito...esquece o que os outros possam sentir...
Deixa-os falar...
Caos reina em prol da tua sabedoria astuta...
Pois a servidão interior será escravizada na sua própria frustação...
Delirium atroz que lhe salva as entranhas...que no fim será restolho de fornalha incendiária...
Eleva te em sapiência...
O sangue une-nos...na essência congénita...

Raízes

Este fim de semana troquei as voltas ao pessoal do trance, ao pessoal do punk e todos os convites de manifestações do 25 de Abril.
Numa terra em que o sentido de liberdade e de revolução já passaram há muito, numa terra em que por muitos anos que passem o sentido de Fátima, Fado e Futebol ainda continua a vigorar embora camuflado, mas á vista de todos, decidi que a maior revolução que alguém pode fazer é amar quem nos ama e quando esse amar já se encontra distante, a vontade de revolucionar uma visita se torna cada vez mais forte decidi rumar a uma terra chamada Alvorge, uma terra única, de gentes do campo, num Portugal remoto, como são os meus parentes maternos.

Não quero com isto fazer jus ao que disse acima, nem tecer discursos paternalistas, mas quer queiramos, quer não, todos nós temos as nossas raízes.

Numa terra em que os mais novos e cada vez mais novos tentam outras oportunidades além Portugal, encontrei os meus tios e primos de surpresa, quando de um dia para o outro, liguei á minha mãe e lhe disse: - Mãe, vamos á terra!?
Em poucas horas se ouviu um tremido sim na sua voz saudosa e assim o fizemos. Partimos depois de almoço e pouco tempo depois batiamos á porta da minha tia Laura, uma mulher de fibra tal como todas as outras que de trabalham horas a fio na eira e a cuidar do gado.

Nessa terra, onde ainda hoje se conquista o pão pelas mãos enrugadas e queimadas do sol e onde se faz um queijo delicioso que provém das ovelhas e das cabras que pasteiam pelo campo.
Na terra onde ainda hoje se recorre ás plantas silvestres e selvagens para alimento, ás rezas pelas alminhas do mau olhado ou ás mézinhas para quando se está doente, uma remota terra das bruxas no concelho de Leiria onde esvoaçam corvos a cada curva da estrada.

Ao ver-nos, a alegria era geral e em pouco tempo os 10 anos que passaram desde a minha última visita parecia me um nanosegundo só de os poder abraçar.
Aquele abraço fraterno a quem muito nos quer bem.
A alegria de conhecermos os novos membros, como a Solange que ficou radiante por conhecer as novas primas e que tanto quis ficar para viver.
Talvez um dia, se a vida assim o ditar.

O que quero dizer com isto tudo é que numa aldeia dominada pelas superstições, pela religião, pelas curandeiras de almas, encontramos gente que ainda vive em comunidade, que dão ao sentido união o sabor do mel, outrora nómadas por questões de sobrevivência, felizes na sua simplicidade de viver, onde o pão hoje não falta, mas que foi devastada pela misèria de mais de quarenta anos de ditadura.

Relembro os tempos em que corria pelas veredas da fonte, da chinchada nas vinhas do vizinho, nas voltas de motorizada com o meu primo Fernando e das festas populares em que os rapazes me convidavam para dançar aquelas modinhas que hoje não me fazem sentido.

É através destes parentes e das nossas diferenças ideológicas que hoje reforço o valor da igualdade, do sentido de respeito pelos mais velhos, os anciãos da força, da alegria e da imensa sabedoria que transmitem só de identificarem uma simples flor ou uma erva esquisita desconhecida para mim.

É através destes parentes (e suponho que muitos de nós também os tem) que dou valor á união, aos valores que me constroem como individuo, aos principios, ás raízes que desde pequena guardo apenas os que me fazem sentido.

A familia, não a familia que Salazar impunha, mas a familia que nos recebe, sejam de sangue, sejam do peito.

A familia não é uma doença, nem um mal necessário é uma dádiva que nos faz pensar no verdadeiro sentido da vida, que nos faz distinguir muito bem o trigo do joio.

A prima de Lisboa como sou conhecida não é mais evoluída, nem mais moderna, nem mais á frente, a prima de Lisboa é uma Mulher igual a tod@s vós, porque somos todos iguais e onde somos todos diferentes e é a aceitar essas grandes ou pequenas diferenças que reside o verdadeiro sentido de Liberdade.

A Liberdade de sermos grandiosamente Nós, inseridos num pequeno Eu.

Um grande bem haja á minha familia e á familia de todos vós, sejam quem forem ou de onde vierem.


Deixo algumas memórias que fotografei no parco tempo que por lá andei.



1565 - Data de construção de uma pequena capela na aldeia do Alvorge.


A minha avó, que tal como antigamente, come a sua sardinha, desta vez inteira, onde há mais de 60 anos atrás teria de dar para 5 filhos.


As berças, as ervas que crescem selvagens no campo que  fazem parte da alimentação de quem lá vive, não provei, mas dizem-me que é uma iguaria daquelas...



Os queijos feitos pelas milagrosas mãos da minha tia Laura... só de ver, já salivo...


Não há festa sem vinho e este acabou em pouco menos de uma hora.



O meu tio Mário e o seu tractor das lides


As primas que nunca te tinham visto e que adoraram o tempo juntas.










E por fim, a união de mais de 45 anos de casados.
Relembro a minha tia e a sua expressão que nunca tinha ouvido: "Mulher de bigode, não é Mulher de pagode!"
Foi lindo ver in loco que após tantos anos de vida em comum, ainda é visível sem pudor nos olhos deste Homem a paixão que nutre pela sua companheira de vida e de trabalho  que me disse: "Como se tivesse sido hoje o dia em que a conheci"


E fico-me por aqui, pois muito mais haveria para contar...

















quarta-feira, 23 de abril de 2014

Bruxa! Bruxa! Bruxa!

Opá, vou cruzar as perninhas para não cair e vou comprar uma bolinha de cristal, abrir um consultório e começar a cobrar consultas a imbecis, porque aos outros eu não cobro.

Eu avisei, volto a dizer, eu avisei e... e... caiu... deu pó torto, foi-se mais um amig@, fodeu-se.

Mais ainda irá vir, tenho dito! E espero que não seja pior do que a ultima!

As palavras têm poder e ás vezes o melhor é estar caladinh@!

E não me alongo mais, porque só vim aqui descarregar uma beca o que eu tenho andado a sentir e... fodeu-se.

Ah, pois é, bebé!

Pois é!

A maluca sou eu! Olé, granda maluca!
E não é preciso ter nenhum dom, é só ter olhos na cara e um leve poder de observação...

É tudo tão previsivél!

(a minha costela espanholita nunca se engana)


Patcha la





sexta-feira, 11 de abril de 2014

Jogo duplo em perfeita loucura

Os sapos rosnam no parapeito da janela, ontem os miosótis dizem me que finalmente foi concedido algo mais primitivo a fazer em casos como o meu!
Pobre caminho! Surgiram de dentro das folhas, uma especie de setas, amarelas e incandescentes.
Não se lhes podiamos mexer, cuspiam ácido!
De repente, tudo á minha volta se torna negro, muito negro, tal como os pés dos meninos da rua!
E o cheiro! Cheirava a corpos!
Ondulavam cascaveis nas árvores e de longe se sentia o rufar dos tambores que energizava tudo o que por lá passasse.
Levanto-me e abraçando a lua transformada numa bola de neve a arremassei contra todas as raízes do firmamento que outrora teria sido próspero e abundante, ao longe vejo toda a quantidade de aves que transbordam nos beirais das casas partilhando o céu em curvas opostas, delineando o infinito...

Tudo o que sobe, acaba por descer... um dia, nada prevalece para sempre, a morte, nem mesmo a morte pra lá da vida!

E de longe, assimilo aquilo que me faz sentir única, perfeita na minha loucura.






quinta-feira, 10 de abril de 2014

Tão fácil!

Bem, depois de tantos anos por aí, tenho vindo a assitir (e ainda bem) algumas situações tão óbvias que a minha mente até fica abismada, (é bom sinal, continuam a suspreender-me) mas... passando ao assunto!

Encontram-se num vão de escada, as criaturas, a jeito de satisfazerem ambas as curiosidades, diz um ao outro:
- É só para saber como é que tu és!
E de repente, apercebo-me das hipotéticas e inúmeras conversas á volta de umas quantas guitarradas ocorrendo num espaço cheio de fumo. imaginando as idilicas cenas.

Num instante, a conversa muda e no meio de tanto palavreado sobre o caso apresentado só me lembro de pensar:
- Sabes, não estou á venda! A indústria da carne é facínora! - Mas sim, mas sim!
Continuo eu, na esperança de mais alguma tentativa de sedução quimica!

E o discurso continuou, aéreo, por sinal, nada ofensivo, mas de um caractér tão óbvio de que muitas das dúvidas que tinha, foram totalmente solucionadas. Apenas uma ficou!
-Será?! - pensei eu, nas minhas incógnitas perturbantes que fui desenterrar do baú de memórias!
Nããão, por favor!
Saber o quê?! Lembram-me os miudos quando andam na primária que precisam de ir contar á rapariga por quem estão apaixonados, através do seu melhor amigo, pois, têm vergonha de lhes dizer!
Vale pela honestidade e pelo discurso directo! No fim, até foi bonito!
- Estás á vontade. - disse, sem qualquer intenção de ser mal interpretada! Vemo-nos depois! E despeço-me,
Colocando as ingrenagens a funcionar, filtrando a parte boa que restou da nossa conversa, fico a conhecer em breves instantes uma pessoa que eu não estava á espera conhecer assim. Nunca tive má impressão!
Foi giro, a camuflagem da "inocência", com os seus laivos de malicia, no fundo precisa de desabafar, mas disse tudo!
E não foi nada dificil sacar lhe as respostas todas que queria! .

Vim para casa contente, é um facto e ainda estou! Quantas curvas, tantas noites!

Há pouco estava ali nos meus momentos e noto que é de ouro, onde brilha um diamante maciço.
Partido, nos seus vertices, na sua massiva  força, sem dúvida, mas ainda não está quebrado, havia quem tentasse, e quase conseguiu... mas a força de vontade de querer fazer sempre um pouco mais, sabe-me tão bem!
E depois disto, acho que ganhei o dia!

Ainda ando a saborear a minha última viagem!
Sonhar é tão bom!