quarta-feira, 28 de junho de 2023

A queima do Ogre ( Richard Kruspe)

Pelas brechas negras se escondem os ogres que famintos se devoram entre si, caminham, rastejam como que desesperados se embraenham em corredores sujos de sangue.

Lutam entre si, pela mais pequena pedra que lhes queima as frontes e os faz cegos de morte.

Infligem a dor em inocentes quando teimam em tentar desenhar em si proprios a morte sorridente.

Saem das esquinas, as donzelas virgens que os matam, dançam e os fazem revirar a cabeça cada vez que as tentam alcançar. 

Nos corropios da dança, lançam se fora as laminas que voam na direcção dos cerebros que corroidos de tanta dor e tortura, os fazem descer á negritude de um fogo eterno.

Costuram se lhes os olhos, as bocas e as entranhas, o sangue e a alegria de um ser divino que nunca corrompido jamais os deixará subir.

A noite cai e dos buracos cheios de raizes, as termitas invadem lhes os canais cerebrais e despertados da morte, contorcem se de tanta cegueira, a dor que os inflinge, as violações com que se deslumbram como se a vitoria residisse no flagelo de uma torre destruída,

O fogo alucinante que os hipnotizam rebentam lhes as temporas, explodem por dentro de tanta hipocrisia, de tanta mentira, 

A lembrança que os atormenta permanece para sempre nas mãos de inocentes.

Saem flechas e das portas marcadas, a sina registada deixa na mesa onde se banqueteiam na desdita procura pela perfeição inospita, decrépita e nojenta, o mais profundo desespero. 

Saem mortos cegos e na dor nunca descansam pelo infortunio que os persegue.

Os pequeninos que os denunciam nunca deixarão que o sol brilhe pelas suas vielas sujas e putrefactas.

Pela corte, o halito da doença deixa nos embriagados e nas cinzas o renascer de uma aurora colorida.

Cortam se os vestidos, os lençois manchados de sangue negro, na altivez de uma seita diabolica, corrompida e destruida desde o inicio da sua criação.

Acéfalos, inuteis, gritam!

Regurgitam o seu proprio vomito e na esperança de uma nesga de luz, degladiam se por um milagre.

Entregam se à volupia, à toxica sangrenta que os dilacera, por uns parcos dinheiros se venderam ao regente e de lá sairam cheios de ouro.

O ouro falso que os adorna, que os acorrenta num fundo infinito.

A destruição iminente de uma torre onde as linguas se misturam, fazem os cair de necessidade de afirmação. 

A imagem, os rostos caídos, as hostes que se levantaram para os proteger, quando sabem que estão condenados desde os primordios da sua emergencia.

Nos corredores da morte, a luz da vida sabe a mosto e a alegria de uma nova força que unida será sempre vitoriosa em terreno infertil.

Caimos de tanta esfera cristalina, quebravel e cintilante. 

Fechamos as negras e as que nunca se rendem quando a razão impera e o sentimento que não doi se faz vida. 

Voam as laminas dos bomerangues que abertos estão direccionados aos que se corromperam no infortunio de uma alma caida.