domingo, 25 de novembro de 2012

Inferno

Borbulham áspides nas minhas raizes.
Desconsolo atroz que me carboniza a alma.

Na profundeza negra exalam odores,
que despertam os meus sentidos.
A fúria levanta o meu ser,
que me faz seguir pelos campos destruídos.

Descarrego o meu ódio nas fornalhas da tua essência.
Invado a tua semente como um tormento,
que renasce a cada investida.
Vaporosos somos na nossa pertença.
Mistura-se em mim a imensidão da tua revolta.
A voz que te entende deslumbra-se,
no calor do nosso desejo.
Nas minhas mãos percorro o teu interior,
em busca da devoradora eminência.
Lutamos sobre a violência que nos consome.
Deleito-me com a tua insubmissão.
Ardemos na mais imperfeita indecência.


Queimam corpos ignobéis na lucidez desesperante da realidade...


Clamam! Para se juntarem a nós...


Partimos ao largo de tanta podridão!



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