quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Vazio!

Numa das minha grandes viagens, fui parar a um sitio inóspito, quase desertico, lembro-me que estava vestida de peles e sobre a minha cabeça um amontoado de pedras preciosas finamente conjugadas com tiras de seda volateis á brisa que se fazia sentir. Munia-me apenas de uma funda, uma curiosidade morbida e a vontade de provocar o acampamento vizinho!
E fui!! Depois de investigar o local de saída por onde deveria passar após a minha invasão, dei um passo em frente e entrei...
Após ter visto a tenda do velho lider de luzes apagadas, dirigi-me para o celeiro da tribo, escondo-me entre o feno ofegante enquanto consigo cheirar a terra que acompanha dois mancebos, sabia o risco mas poder perceber quem eram era tudo o que eu mais queria.

Nisto a ave de rapina que me seguia dá o alerta e sou descoberta, sou levada, pensava eu ser devorada por entre setas envenenadas.
Tenho diante de mim, não o velho lider, mas o filho que na sua ausência doentia, delega ao facinora os seus poderes.
- Que fazes tu, por aqui?! Sabes que o celeiro que temos não pode ser conspurcado pela carne!? Coragem não falta á tua estultícia! Vens roubar?! Tens ar de que quem não precisa disso, as vestes que impões denunciam-te, vai, desaparece, antes que te aflija e te persiga com os meus demónios!

Corri!! Corri tanto que a floresta me parecia cada vez maior e mais assustadora!

Voltei á minha aldeia, cresci manejando a liberdade, aprendendo á minha custa e vivi...nunca mais me querendo lembrar daquele episódio na tribo vizinha, até que um dia...

O acaso acontece...Nazim e Ioan encontram-se longe das suas terras, sem saberem quem são, apaixonam-se...devoram-se...destroiem-se... e continuam ainda hoje a saborearem-se, não se assumem tal como a noite e o dia, a vergonha, o desprezo por parte de ambas as "familias" quando os conseguiram ver tão felizes. Ninguém tem coragem para admitir o que é obvio.
As damas antigas, paixões de batalhas, que surgem quando o herói é arrebatado por uma guerreira.

São de tribos diferentes.
Têm corações iguais.

O mundo velho dá tanta volta

Passaram-se quinze anos desde a ultima vez que estive frente a frente contigo, Ioan! E tu nunca soubeste quem eu era, nunca imaginaste a ferida a que irias propôr num futuro tão próximo.

Amaste-me naquele momento ou o destino fez o favor de ligar duas forças tão distintas?

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