sexta-feira, 17 de junho de 2016

Alma

Tenho alma nativa de sentir os milímetros do mundo.
Sem titulos sem nomes sem nada.
Gosto de parar em cada aldeia e usufruir do povo, da sua curiosidade.

Da terra molhada.
Das emoções que se sentem quando uma borboleta nos acompanha pelo caminho.
Fazer amor à chuva e de saltar pocinhas.
Contar pedrinhas na praia.

Ver uma nuvem e descobrir a sua forma.
Imaginar que vôo quando vejo asas no céu.
Dançar como se não houvesse amanhã.
Repousar na palha e olhar o pôr do sol.

Semear uma rosa e ver crescer os espinhos afiados.
Sentir a lua cheia na plenitude da natureza
Pedir desejos em noites de estrelas cadentes.

Ver as crianças a jogar sirumba.
Agradecer os sorrisos sinceros
Passar uma noite só à luz das velas.
Banhar me nua numa ribeira e lavar a roupa na sua água corrente.

Canalizar energia através das mãos.
Comer bagas e fumar silvas.
Cozinhar no fogo a minha comida.
Dormir em harmonia com as animais que me cercam
Despertar com o calor do sol num dia de trovoada seca.

Descobrir que tenho uma vida sem preconceitos.

Os chilreios dos pássaros que me parecem responder aos pensamentos.

Sujar os pés e cobrir me de lama.


Viver o sempre o agora e o que já passou.
Aprender a confrontar me a mim propria.
Educar a minha cria para que o seu pensamento seja livre
Evoluir cada dia mais
Sentir o calor do fogo numa fogueira nocturna em lugar inóspito.
Unir me ao inexplicável conjunto de fios fractais da consciência celeste.
Reunir em mim todos os sonhos.

Desenvolver a boa vontade
Soltar a espontaneidade
Amar todos os dias 

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