sexta-feira, 27 de abril de 2018

Sonho meu

Voltei a sonhar contigo.
Nunca duvides da minha palavra.
Não gosto que te metas no meu caminho.
Diz lá ao teu sócio que o meu negócio é honesto.
E sim, gosto de ti mas não permito que me tomes por parva.
Não gosto de máscaras.
Se ele te denunciou é porque sempre foi um coninhas. Vendedor da banha da cobra.
Devia comprar o livro do kamasutra e lê lo de uma ponta a outra.
E vai mudar a fralda sim, não gosto nada de projecções negras cá em casa e senão gostou do sermão faça como o santo António, pregue aos peixes.
O druida sabe de tudo.
O druida vai saber sempre.
Os meus irmãos sabem de tudo, a minha família é cigana e a honra foi manchada.
Gosto de pessoas honestas, não quero mimos, sempre fui uma mulher independente, não gosto de sustentos.
A minha integridade vai manter se igual.
E sim, volto a admitir, os corvos voam de madrugada e as bestas foram soltas no seu caminho.
Também não gosto de jnvejosas.
Gosto de dançar e a minha saia é feita de lâminas, as mesmas com as quais se cortavam os pulsos dos meus antepassados.
A minha avó Jesus partiu e deixou me o seu legado.
Vivo em Israel.
Agora não tem sido muito fácil por causa dos bombardeamentos.
Tem sido maus, levaram os meus amigos do outro lado da fronteira e o rabi da sinagoga sempre disse que a culpa não é nossa.
Maldita religião que tanto sangue tem sido derramado em prol de uma terra que de sagrada nao tem nada.
No outro dia ajudei um peregrino e um soldado encostou uma espingarda na cabeça do meu tio.
Tivemos de fugir.
O barulho das bombas é insurdedor. O Monte Hebron está em chamas.
Quanto tempo mais vamos ter de pedir para que a guerra acabe.
O monte Sion continua a sua insurgência.
Do outro lado do muro ouvem se os gritos das crianças.
Vou pedir ao meu pai que me leve daqui, quero viver noutro pais. Talvez França.
Tenho apenas 17 anos e a minha vida tem sido um inferno.
Quero sonhar contigo outra vez.
Quero sonhar que a guerra não passa de uma miragem no horizonte dos meus ideais.
Quero apenas ser feliz fora daqui.
Gostava de viajar, conhecer a Índia onde ox deuses são adorados com comida.
Ir até as montanhas mais altas do Norte conhecer outras pessoas.
Pisar a terra molhada e olhar as cores do arco íris.
Jurei a mim propria que mais ninguém me bateria.
Tal como o vendedor da banha da cobra.
Maldito ano novo, os seus telhados de vidro foram quebrados, explodidos e toda a magia negra foi queimada no caldeirão da minha avó.
A minha avó sempre soube.
A minha avó no alto do trono pediu ao druida a minha alma.
A mesma foi resgatada em prol de um Deus maior.
Foi um resgate sangrento.
No outro dia chamaram me esquizofrenia.
Mas não sou.
Sou apenas alguém que fala com quem me conhece desde os primórdios da criação.
E sim, vou dançar eternamente, vou dançar para ox meus irmãos que me conhecem no infinito da minha vida, com ela levarei os afectos,o poder da alquimia da alma, a destruição de todo o pranto.
Mal ou bem, haverão de ter o seu retorno, disse me a minha avó.
Deixei lhe uma orquídea e uma rosa para que quando chegar às mãos do druida, as mesmas sejam transformadas em finos cordões de ouro.
A água cristalina que me bate no rosto é feita de diamante, a prata que me rodeia as fontes não deixa que nenhum ogre me leve.
O sangue sempre será da mesma cor.
Selah

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