sexta-feira, 29 de junho de 2012

E mais que houvesse!


Putrefacta sensação de obscuratismo hoje me assolou a memória de elefante que tenho!

Olhei me no espelho e consegui finalmente sorrir apenas pra que só eu decifrasse o enigma.

O cinismo, a furia de pegar num martelo e partir o que me dá mais gozo fazer...sofrer! O reflexo da tua existência!

Porcos se almejam dentro da sua propria furda porque no meio de tanta chafurdice nem eles sabem mais o que comer...mas comem...comem porque não sabem procurar mais o que os faz ter fome.
Digo eu, que não sou ninguém...pérolas de diamante...

Grito surdo que se me elevou as fontes, lá fora neste momento, os cães uivam, não sei porquê... ontem o galo cantou era meia noite...estranho!

Fico sem saber se a planta que cheirei me fermentou o poder da sorte ou se o banho de videira fez com que decifrasse a audacia de enfrentar o que não vivo.

Soube me bem voltar á tona da água como se fosse uma sereia numa encruzilhada marinha.

A terra mexeu-se e eu fui a única que senti?

O perfume que exalo é diferente do habitual, o suor parece-me mais fixo.

O fogueira disse que não tinha mais nada para arder, mas as brasas mantêm-se vivas, será que se soprar ao de longe ele vem ao de cima?!

Música para os meus ouvidos, dançariamos a noite toda ao som dos tambores como dois loucos á espera que amanhecessem os teus sonhos! Estremeço de ouvir tocar e apetece-me gritar os anos que passaram em que te conheci, lembraste?! Quando passavas por mim na tua bicicleta sem mãos no guiador?! E quando eu fui contra ti e enleámos as rodas uma na outra?!

Elevou-se-me o bastão da fortuna, mas a carta escolhida foi a morte...morte negra em que o luto demora a tirar, corroi-me a alma de saber que a luz é verde...entrei...e vi...

Foste cedo, nunca te esqueci...

Cascatas de serpentes astutas e perigosas, como eu era...

Ah, como era bom poder dormir num leito de centopeias...contigo...

E mais que houvesse, que eu vencia-as!

Eu vi e senti...ela mordeu-me...deu-me a vida que tu levaste...ainda hoje ando a descobrir a tua matéria...tive alturas em que me quis juntar a ti na mesma gaveta...

E o fogo?! Recordas-te das fogueiras onde queimámos as roupas?


Volta...era só isso que eu queria.

"levantar-me-ia do meu trapeço só para te ver dançar"

E eu dancei...dancei tanto que depois...nos tocámos nas grutas de platina... onde corria a água limpida e cristalina.


Fechámos os olhos...e o cosmos cedeu!

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