domingo, 10 de junho de 2018

Corpos




Não sei quantos corpos passaram já por mim, na selva onde se carbonizam as almas. Trinta, quarenta e todos eles a cicatriz que se volta a abrir num lamacento caos emocional. O êxtase de me dar em troca de nada.
Não sei quantos corpos passaram já por mim desapegados e se deram mais do que uma vida, uma esperança. As dores são fruto da sua experiência fugaz num mar de energias contraditorias.
Não sei quantos corpos passaram por mim, misturados na sua indecência volátil e momentânea como se o amanhã estivesse longe, se desprendem a qualquer hora da madrugada.



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