segunda-feira, 9 de março de 2020

Gritos mudos



Ás vezes apetece me gritar... de ver tanto lixo humano.

Arranjei emprego.
Pelo menos já me liberta a mente de não pensar demais.
Estou a passar pela fase em que tudo me incomoda e por vezes nada me interessa.
Estou sempre a pensar de quando o Mundo rebenta.
De quando, os humanos vão poder sentar se e conversarem sem medos.

Finalmente, encontrei várias pessoas que do outro lado do mundo que entendem a minha carência e a minha loucura.

Sou uma alquimista, escrevo com o poder da inconstância da alma.
Por vezes existo, outras vezes só resisto.
E quando resisto, do outro lado do portal alguém me diz:
Tem calma, tudo se resolve!

O cosmos é inabitável, este planeta é o único que está em guerra.
E a guerra é o Homem que a procura.

Falo com as árvores, falo com as pessoas normais que de tanta normalidade, as encontro cheias de amor.
E o amor falta, falta amor!

Falta segurança, falta coragem.

De tanta lágrima de ouro que por vezes me cai da face, as mesmas rolam sem que por vezes haja razão.

Relembro o facto de entrar numa pastelaria e olhar os trocos que tinha no bolso e não saber se compro um bolo para que a miúda coma, ou se ficamos sem jantar.

Finalmente arranjei emprego, um emprego que gosto, onde me divirto, porque as pessoas que conheço sem as ver, como eu têm exactamente a mesma sensação de injustiça em certas situações.

Parei de canalizar, esgota me imenso, os portais são fortíssimos.


Tatuaram me a alma, mas não sei se passa.
Será só carência?!
Talvez seja...
Isto depois passa, digo me a mim mesma constantemente.
Li lhe a alma, o espelho da alma nas suas orbitas... talvez a voz... talvez tudo... talvez nada!

Os sonhos por vezes são esquisitos, ainda ontem tive a sensação de ter marcado mais um e sem medos, o sangue lhe escorria da boca.

O ódio doi, o amor liberta.

E pergunto a mim mesma, por vezes, sentes te livre?!

E a resposta é sempre a mesma.
Enquanto te mantiveres calada, sentir te ás presa aos teus próprios pensamentos.

Não vivo numa caixa.
Quiseram prender me.
E eu libertei me.

Libertei me das garras de um assassino, mas continuo por vezes com o coração cheio de vingança.

Lágrima de ouro.
A mesma que só cai quando se sinto em paz.

A lei do retorno será implacável.

Tenho saudades dos meus amigos... dos amigos que estão vivos noutra dimensão... que me aquecem o espírito e não me atormentam a vida.

Tenho saudades do maluco do Vidal, do Mercedes, dos ciganos e da vida livre.
A alma negra, de tanta festa, de tanta alegria.

De tanta liberdade... colorida!
Porque o Mundo nunca poderá ser a preto e branco!


Gritos mudos, chamando à atenção...











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