terça-feira, 13 de junho de 2017

As celas...

Percorremos um enorme labirinto onde por todos os buracos da parede saem projecteis.
Paramos.
Temos á nossa frente um aglomerado de jaulas carcomidas pelo tempo.
Parecem inofensivas, mas se nos chegarmos mais perto, saem braços contorcidos.
è como se estivessemos no corredor da morte...
o jogo da roleta indica nos que saiu vermelho, paramos para ver melhor o que se passa na peça mais valiosa.
nao se ouve um pio
sentimos apenas o vento passar nos pelos dedos
a agua que corre debaixo da cascata de platina denuncia nos
ao longe as montanhas ingremes gritam pelo regresso do sol
o deserto continua agressivo, montamos tenda
os urros sao insurdecedores
o ar quase nao existe e a unica arma sao as enormes garras que nos crescem para que o cristal nao se parta
sentimos cada vez mais as marcas dos raios que nos corroem a carne
ao longe os cadaveres amontoam se vindos da enorme maquina trituradora
chegamos
o portao é enorme
a maquina fumega, como se um enorme relogio se tratasse no meio de tanto nevoeiro
as roldanas sujas de tanta escoria acabam de moer a farinha
o sangue que povoa a atmosfera infiltra se nas raizes dos nossos pes
enxofre
nauseabundo cheiro que nos corroi as narinas de tanto carbonizar de dor
faz nos tremer por dentro a ansiedade de chegar a bom porto
a cascata de uva morango derrete nos confins do hemisferio terra
as arvores altissimas escondem os dragoes que passam de tempos a tempos e nos deixam cair a proteina
nas grutas gelidas as essencias convocam se
marcam se as hostes
desdobram se em contornos negros semelhantes a manchas
homogenas
controversas na sua simetria
e tao suaves
completam se num desdobrar de sentimentos eternos onde os mais nobres planos se conjugam nos arbustos densos da nova aliança
as celas escondem alguns dos enredos negros rebuscados nas orlas do mar azul que cristalino continua a destruir as falesias ressequidas pela imensidáo de rochas, as mesmas que nos recolhem e nos entregam intactas a quem de nos se despega.
as nuvens matinais fazem nos voar em pequenos nucleos de algodáo maciço.
uniram se as almas... nas profundas dos elementos
as celas...




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