quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A semana!

Jorge desesperou naquela semana, a mulher mãe do seu filho estava combalida e presa nos seus pensamentos.
Cristina passou uma semana a dormir no sofa de sua casa depois de um fim de semana extremamente agressivo psicologicamente. Não sabia o que fazer, o seu filho esteve uma semana sem ir á escola e Jorge não tinha como reagir áquela inercia, sentia-se impotente, desesperou, sentiu-a demasiado fraca para comunicar, Cristina não queria comer, não queria falar por muito mais que Jorge lhe suplicasse que balbuciasse qualquer palavra.
Cristina permanecia calada e dormia como se estivesse a hibernar no seu sofrimento.
Após uma intensa conversa, a qual Cristina sempre se recusou a dizer a razão do seu silencio, Jorge pegou na mulher do seu filho e sem carta, pegou no carro dela e atravessou a ponte em direcção á outra margem.
Cristina dormitava no banco de trás, o choque era demasiado forte para os dois, nenhum conseguia soltar um lamento, uma lagrima, pelo desconhecido da situação.

Cristina foi levada ao colo pelos tres lances de escada, mal conseguia andar, ao chegar a casa de sua mãe, o seu filho ao ver o seu estado, abraçou-a e chorou: - Mãe, o que se passa?!
-Nada, - respondeu-lhe!
A dor era demasiado alta para poder explicar a uma criança a razão da sua angústia.

Jorge desesperou naquela semana, tirou-lhe a roupa, ligou a torneira e lavou-lhe os cabelos como se uma princesa se tratasse, fez-lhe a comida e após algumas horas, Cristina depois de se ter agarrado a sua mãe gritando: "Angústia, porque a mim?!" Jorge finalmente percebeu a razão do seu desespero.
Enfureceu-se! Desalmou-se! Tudo o que o corroía por dentro parecia um furação descontrolado e só pensava em justiça.
Cristina pediu-lhe por tudo que não intervisse, a muito custo Jorge conteve-se no dialogo que manteve com o agressor.

O choque chegou ao ponto do desepero de toda a familia.

Cristina foi levada em prantos, Jorge ainda hoje se recorda dos gritos e nunca lhe sairá da memória a semana em que a mãe do seu filho esteve imóvel, fria e sem reacção dormindo no seu sofá.

Jorge ainda hoje se recorda das conversas a que assistiu, das conversas que Cristina mantinha cheias de injúrias.

Cristina gostava de ter vivido um conto de fadas na sua ingenuidade que se transformou num pesadelo, amar como um menino, viver como um adulto. Cristina não se arrepende, não tem com que se arrepender, Cristina teve a sua cria do seu lado, pegando-lhe na mão enquanto dormia.

A sua cria, a razão da sua vitória no seu sofrer, a sua cria que a manteve quente, com esperança de viver na vontade de continuar a ser Mulher!













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