Excertos ...
Sou eu mesmo, trevas
Nesses dias de Sol quente ...
As mágoas que carregas,
Sou quem te impõe inclemente ...
Sou eu mesmo, luxúria
Sendo a perdição ...
Querendo apenas penúria,
Todo eu sou tesão ...
Sou eu mesmo, estaca
Que crava no teu peito ...
Com martelo esmaga,
Onde todo me deleito ...
Sou eu mesmo, perfídia
Aumento a dôr alegremente ..
Como qualquer insígnia,
Assim mato lentamente ...
Sou eu mesmo, atroz
Que tua garganta aperta ...
Calando-te a voz,
Silencio que me desperta ...
Sou eu mesmo, pancada
Todo eu, sou dôr imensa ...
Tal como uma trovoada,
Sou a descarga intensa ...
Sou eu mesmo, sangue
Em noites de luas cheias ...
O corpo morto, exangue
Onde encho minhas veias ...
Sou eu mesmo, perigoso
Qual réptil no refúgio ...
Sou do Mal vigoroso,
Sou o caçador bravio ...
Sou eu mesmo, tormento
Banho-me no corte de cutelo ...
Bebendo sem impedimento,
Sangue quente, do flagelo ...
Sou eu mesmo, assim
Coisa ruim, desgastante ...
Do principio ao fim,
Coisa ruim torturante ...
Sou eu mesmo, que vejo
Sentindo esse terror ...
Desejando com ensejo,
Apenas provocar a dôr ...
Sou eu mesmo, pútrido
Qual pedaço largado ...
Sem qualquer prurido,
Pedaço de ti entranhado ..
Sou eu mesmo, ódio
Teu profundo rancôr ...
Sou medalha de pódio,
Pois provoco a dôr ..
Sou eu mesmo, que coloco
Um inferno permanente ...
E então eu convoco,
Essa reacção demente ...
Sou eu mesmo, fraco
Que me lanço no abismo ...
Meus demónios trato,
Com desdém e egoísmo ...
Sou eu mesmo, engano
Todo eu me conheço ...
Sou do mais profano,
Esta parte reconheço ...
Sou eu mesmo, criatura
Menos, do que banal ...
Não existe em mim a cura,
Todo eu, sou o Mal ...
By: Seth