Toxina, latente
ardente, escrita na pele de uma serpente
Toxina que te queima as frontes e se entranha no sangue.
No sangue podre e insuportável.
Decrepito.
Toxina
que te faz rebolar as orbitas e te contorce os sentidos
das tuas dores, sai o excremento da tua essencia.
Toxina, latente
escrita na pele de uma serpente, que te sufoca durante o dia, que não te deixa respirar
que te faz esquecer o que necessitamos neste planeta
A escoria da toxina
Que de noite te assombra e te faz sentir dependente da dor
Que tanto gostas de inflingir através do medo
Venenosa
Nojenta e asquerosa que te domina nas ruas mais negras do caminho que escolheste
Latente, ardente como a agua toxica que cai dos telhados por onde passas.
O acido que te vai corroendo o semblante
O odio que te dilacera por dentro e que te cega por tempo infinito
Os teus olhos foram retirados e postos numa fogueira para que sintas a podridão e o desespero, do choro dos inocentes.
A angustia, a ansiedade claustrofobica de uma praga que nunca vai ser possivel ser retirada.
A toxina, latente
escrita na pela de uma serpente,
negra, que se enrola nos teus membros e que te queima com o seu veneno.
Nunca soubeste quantas cabeças, a serpente pode ter, porque na primeira investida, as suas presas te leram a astucia e caidos ficaram todos os da tua descendencia
Toxina, negra
Massiva
Mais negra do que o carvão, mais forte do que qualquer materia estelar que possa ter sido criada,
forjada nas fogueiras mais negras e sangrentas onde se queimam as vaidades desmedidas e inuteis.
Toxina, latente, escurecida, putrida, desmesuradamente inerte.
Toxina que te derruba numa encruzilhada onde nunca o caminho te for certeiro.
Engana te sem escrupulos e te trai a raiz
Onde a agua acida foi deposta, a agonia de todos os dias, que não te abandona
A dor, que te faz gritar e que ninguém ouve.
Toxina
Latente, ardente
A quimiocidade faz te sentir fraco e debil e do alto do pedestal vais caindo aos pedaços
Cerebro destruído, em estado de coma
Permanente
A pasta cinzenta que se dilui por um sopro
Onde nem a cinza consegue reunir as particulas
a extinção
Toxina