terça-feira, 27 de setembro de 2016

Eu...

não quero crescer, quero voltar... a viver o amor inocente, mas não quero viver no passado
O amor adulto que se sente não é serio, não é livre, é sim o sofrimento do apego se a disciplina não existir.
Eu...não quero crescer, quero abrir os braços no guiador da bicicleta e atravessar os cruzamentos sem olhar, tocar nas campainhas e deixar os velhotes virem à porta enquanto me escondo nas vielas.
Roubar os rebuçados nas mercearias do bairro e esconder me para fumar cigarros.
Eu...não quero crescer.
Quero entrar no comboio sem bilhete e não ter nada para declarar quando me mandarem parar.
Quero a revolta de não poder sair à noite e saltar a janela do meu quarto.
Quero a adrenalina dos dias em que o amor era inocente.
A sirumba, os beijos roubados nas manilhas das obras.

Eu... não quero crescer...
Não quero dons, não quero nada!
Eu pergunto, porquê eu?!

Quero apenas viver o platónico, o inatingivel, o sonho de uma  criança, o calor dos sorrisos que se escondem atrás das mãos dos maiores...

Eu... não quero crescer... quero só ser eu...






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