quarta-feira, 31 de julho de 2013

Música tirada á pressão!




tantos no esgoto e tu a sorrir
com o cu cheio e sempre a trair
une se o povo em sacrilégio
foges, mas todos vamos descobrir

onde tu páras no esgoto profundo
dentro dos teus ideais
queimando essências vadias
longe de todos os outros demais

mete te na pele do outro
sofre o que tens de sofrer
vive a vida ao minuto
nem que seja a doer

ergue-se a esfinge e o bordão
do teu sistema capitalista
tentas destruir nos o coração
juntos não estamos na lista

sentes a dor nas esquinas
e vejo te de braços cruzados
vais comer do teu lixo
frio e ensaguentado

destilas o ódio por dentro
dos que te alimentam a ferida
destroços constroem a raiva
de te tomarmos morto pra vida



mete te na pele do outro
sofre o que tens de sofrer
vive a vida ao minuto
nem que seja a doer


exploras o mundo que pensas ser teu
para alimentar o teu ego imundo
vazio, lamacento e quebrável
horrivel pesar te daremos no fundo


rompemos um dia a sair
sem que te tenhas surpreso
fazemos teus muros ruir
saber quem derrota o duelo


mete te na pele do outro
sofre o que tens de sofrer
vive a vida ao minuto
nem que seja a doer

morres aos poucos no charco
mentiras nos tentas criar
seremos unidos na luta
vencemos em te derrubar

sentimos teu cheiro a milhas
de longe faremos tremer
secretas muralhas quadrilhas
envoltas em chamas, a arder

mete te na pele do outro
sofre o que tens de sofrer
vive a vida ao minuto
nem que seja a doer




terça-feira, 30 de julho de 2013

?

Interrogo-me mais a cada dia que passa como é que foi possível eu ter dado atenção a tanta imaturidade, tanta raiva e tanto ódio! Vindo dos que me são mais queridos, por vezes!
As emoções são como cavalos selvagens e cabe nos saber dominá-los! 
Por amor até deixamos de acreditar muitas vezes em nós e eu recuso-me terminantemente a voltar ao mesmo! Perdemos a integridade! Sujeitamo-nos a perder tudo!
É impressionante ver destilamentos de argumentos completamente irrisórios que mais me parecem tiros no pé em vez de pedradas no charco! Isso é tudo sinal de carência, ego exacerbado, estupidez ou falta de amor próprio?!

Será que existem pessoas conscientes dos seus actos e das palavras que emitem?!
Eu não posso falar muito, porque já errei bastante, mas isso não faz de mim uma pessoa mais alerta e consciente de mim própria!?
Agora interrogo me! Será que por vezes também não faço o mesmo?! Claro que sim!

Somos o espelho dos outros! E os outros são o nosso espelho!
E foi por causa disso que eu sempre tive consciência da degradação a que nos sujeitamos todos os dias em que saio à rua!

Fica a pergunta no ar!

Será possível mudar?! 


terça-feira, 23 de julho de 2013

Aviso!

Epá, não consigo dormir!
Não consigo dormir só de pensar que vais ficar sem nada! Ela vai te consumir, vai te deixar de rastos, vai te tirar tudo! Estás cego e cada vez mais iludido de que é a pessoa certa para resolver os teus problemas!
Tu és a pessoa certa para resolver os TEUS problemas!
Não te refugies!

Está a vingar se e vai corroer tudo!
Vai te destruir e acredita que vai fazê lo sem qualquer arrependimento!
Estás a ser manipulado por quem só se quer aproveitar das tuas fraquezas, através de teorias da conspiração!
Pára para pensar! 

Já te tirou a dignidade, está se a aproveitar da tua insegurança para depois se rir na tua cara!
Tenho medo por ti!
Estás a ser um fantoche nas suas mãos!
Está a ser uma cinica, uma falsa que vai conseguir tirar te tudo, a integridade, a honestidade, a força e vai te reduzir a escombros, está se a aproveitar dos teus medos, vai se vangloriar dos seus feitos com as suas amigas! És um trofeu na cabeça dela!
Estás a ser um boneco nas mãos de um vampiro energético!

Como é que é possivel não veres isto!?
E podes dizer que são ciumes, mas não são, tomara eu que fossem!
Porque o que eu escrevo, eu sinto!
E choro quando um dia for tarde demais ao perceberes de que lado da barricada vais estar!
Une te a quem realmente te entende e não a quem parece entender te!

Mais tarde, não te lamentes e não digas que não avisei!

E não voltes, talvez nessa altura a minha porta esteja fechada!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Amor errante!

Adorei os anos oitenta/noventa
Onde me formei na universidade da vida
Doutourada em sentimentos e relações humanas
E ainda hoje estudo várias formas de como me reconciliar comigo mesma e com os outros!
Os melhores anos da minha vida!
Saudades de quem partiu, ávida de quem chega!
De braços abertos a quem por bem nos chama!
Feliz por quem se vai em paz!
Amo


http://www.youtube.com/watch?v=JYQg3LLoti8

Amor errante,
Por onde andas
Há tanto tempo...
Amor errante
Seguindo o vento sempre distante
Sem um lamento

Sem parar nem pensar
Ao partir e voltar
Para sempre hás-de errar
Onde o vento soprar

Amor distante
Por quem eu espero
Contando o tempo                                               
A cada instante

Para sempre hás-de errar
Onde o vento soprar

Amor errante
Por quem demoras
Há quanto tempo?
Amor distante
Eu conto as horas
Amor errante
Ainda há tempo

Para voltar
Meu amor tão distante
Onde te leva o vento
Meu amor tão distante
Volta enquanto há tempo

sábado, 13 de julho de 2013

Atitudes que não ficam mal a ninguém!

Quando comecei este blog foi para fugir muitas vezes ao facto de me sentir oprimida e assim através da escrita poder mandar cá para fora os meus conflitos interiores, coisas que eu não conseguia entender, escrevi histórias, fantasias românticas e por aí fora!
Hoje, depois da grande aprendizagem que adquiri, principalmente pelo facto de ter tido uma escola livre, escola essa, a Rua, posso dizer que através dela e em conjunto com os meus companheiros aprendi essencialmente a ter determinadas atitudes tais como a famosa lealdade, o respeito, a perceber quem eram os amigos de ocasião e os amigos para toda a vida, aprendi que a união sem dúvida faz a força e essencialmente a resolver conflitos e acreditem que a Rua é uma verdadeira selva, onde passei os melhores momentos da minha vida! Aprendi a viver como se de uma tribo se tratasse!
Acompanhei vidas, vidas destruídas, vidas feitas, vidas por fazer e vidas a começar! Amores, desamores, guerras, vitórias, amizades e conflitos! Mas não é só na rua que existem conflitos, por vezes é com as pessoas mais próximas que temos os maiores conflitos e muitas vezes somos nós próprios que os alimentamos!
Não sei se é do meu feitio, mas fui sempre uma miuda que perdoava depressa as coisas e nunca tive muito tempo zangada com alguém! Não tenho inimigos, o mais que posso fazer é dar a minha indiferença, é a minha forma de defesa, mas isso não quer dizer que não seja amiga, não gosto de ter assuntos mal resolvidos, faz me mal, ainda há uns meses atrás pedi desculpa a uma bacana que até nem teve assim uma boa atitude para comigo e para quem me acompanhava na altura e acreditam que me saiu um peso de cima, porque consegui ter o meu coração limpo e mais leve! Mesmo que não as tenha aceite, pelo menos dei o exemplo! Não sou uma santa, nunca fui, sei que tal como toda a gente também já tive péssimas atitudes, mas consegui superar isso! E sabem como é que consegui?! A pedir desculpa a mim mesma e principalmente a mudar de atitude a não voltar a repetir a gracinha! Só assim consegui voltar a encarar as pessoas com quem tinha assuntos por resolver, olhos nos olhos! Sei que custa, principalmente quando temos a consciência pesada porque sabemos que de uma maneira ou de outra falhámos!
Odeio ter de alimentar a raiva, aquela raiva interior que nos consome, a mesma raiva que me oprime quando vejo nos media a podridão da nossa sociedade! E fico ainda mais raivosa quando a opressão vem de quem eu admiro como ser humano!
Ás vezes, choro, porque gostava de poder ser melhor e não tenho vergonha de dizer isto, chorar não é mau, é libertador! Não tenho medo de ser como sou, tenho medo é de me tornar numa pessoa fria, calculista, ressentida, rancorosa e violenta! 


Não tenho medo de pedir desculpa num abraço, muito menos de admitir a podridão interior que por vezes me consome!
Oxalá que toda a gente pudesse pelo menos na sua humildade pedir desculpa uma vez que fosse ao seu próximo e principalmente aprendesse a pedir desculpa a si próprio! Garantidamente viveríamos de consciência tranquila, evitávamos algumas das insónias que nos perseguem e a maioria dos conflitos ficariam resolvidos!

A quem eu possa eventualmente ter ofendido, por alguma razão, aqui ficam as minhas desculpas, mesmo que não as aceitem, pelo menos eu reconheço que nem sempre tive a melhor atitude, mas pelo menos tenho a certeza que me perdoei a mim mesma! E acreditem que pode sinceramente mudar algo em nós!













quarta-feira, 3 de julho de 2013

Prontinha(s) para o Verão!

Desde que me recordo ser gente que a minha maior luta foi pela liberdade!
Lembro-me dos meus pais conservadores terem o maior cuidado comigo, pois as raparigas podiam chegar a casa de barriga cheia e só a ideia de terem uma filha mãe solteira tirava-os do sério e por isso faziam questão de me tentarem fechar em casa quando cheguei à adolescência! Acabou por acontecer o que eles mais temiam, ser mãe solteira e acreditem que foi a melhor coisa que me aconteceu, a partir do momento em que ultrapassei a depressão pós parto à relativamente pouco tempo, mais precisamente quando meti na cabeça que deveria viver sozinha com ela e totalmente independente dos meus pais!
É triste quando olho para trás ter noção da quantidade de barbaridades que eu imaginava ser, isso mesmo, ser!
Ser uma granda merda de pessoa, com falta de auto estima e demasiadas paranoias!
Pois bem, isso desapareceu, podem tentar, tentar, tentar mandar abaixo, que isto está mais sólido do que uma rocha! Ehehehe, não tenho por habito rir me destas cenas, destas tentativas de discriminação que sofro todos os dias por causa do meu aspecto, mas a verdade é que já me consigo rir das atitudes de certa gente! E de mim própria, rir de nós sem duvida faz bem e mesmo deprimida conseguia olhar me no espelho e rir-me! Os amigos ajudam muito a ultrapassar fobias e eu posso dizer que tenho os maiores amigos do Mundo!
Andei anos de pernas tapadas porque achava que tinha pernas de rapazinho, o que as tornou demasiado brancas e que não fazia jus à minha sensualidade carismática! Eheheh, podem achar que me auto promovo, mas nada disso, tenho plena consciência do que sou e venha lá quem vier, que os mando comer merda!
A guerreira esteve anos adormecida, este ano vem ao de cima totalmente rejuvenescida, aberta, livre, de sangue quente como era conhecida pela baixa lisboeta na altura em que acompanhava alguns dos meus grandes amigos que mesmo longe e hoje sei que se preocupam!
Quero que a minha filha seja assim, como eu era e como voltei a ser, forte, decidida e sem papar grups!
Vou ensiná-la a nunca trair um amigo, a ser leal!
A ter escrúpulos, os mesmos escrúpulos que eu não perdi por ter enveredado por caminhos mais negros! Orgulho-me disso, de nunca ter perdido a minha boa vontade, o meu sorriso.
Vou ensiná-la a ser livre, respeitando os demais, sempre respeitando os demais, sem manipulações e sem agressividade, não quero torná-la em mais um escroque, escravo do sistema e de si mesmo, vou ensiná-la a adorar o Sol, a Terra, a amar, a amar o Mar e a sentir o Vento bater-lhe na cara no alto de uma ravina! A aprender a dançar! A ser livre!
Livre como eu, finalmente, verdadeiramente e incondicionalmente uma guerreira que sofre e luta pela sua independência tal como eu lutei, tal como eu luto, a ser sensível e nunca ser uma mulher submissa tal como conheço muitas da minha idade que preferem perder a sua dignidade em prol de não terem de mexer uma palha! E a ter orgulho de si própria, a gostar do que vê no espelho!
Sou uma boa mãe e o próximo filho da puta que me tentar dizer o contrário é bem capaz de não gostar da resposta!
Agressiva, sou, muito até, não sou mãe galinha, nem mãe coruja, sou mãe leoa, e com muito orgulho de ser como sou, porque posso dizer que nunca dependi de nenhum homem para viver, que dependi sempre da minha força de braços para alcançar tudo o que tenho até hoje, mesmo estando nas piores alturas da minha vida e é com essa força que eu vou enfrentar este Verão e tudo o que me apareça pela frente, ser livre, ser eu, na minha natureza, em harmonia com os outros e com o planeta!


Os amigos, a filha, o calor, a praia e especialmente eu, todos juntos podemos contribuir para uma maior união, a união com a nossa essência que não é pureza, mas a beleza interior que se reflecte na nossa cara e especialmente no nosso corpo que se espelha nos outros e que nos faz crescer a cada dia que passa!
A mim, e desculpem o meu egoísmo, e só a mim neste momento, desejo um bom Verão cheio de amor no coração!

Deixo-vos uns postalitos, que após muitos meses de persuasão de amig@s finalmente consenti que me conseguissem fotografar como eu sou, livre, única, integra e genuína! E que bem que ficaram!




segunda-feira, 1 de julho de 2013

Another day in paradise!

E o paraíso era tão bom ser na terra, se toda a gente fizesse por isso, sem guerra, sem conflitos, sem materialismos, sem miséria, com força, com amor verdadeiro, sem ganância, sem violência, sem hipocrisia, com responsabilidade, com a alma cheia de luz, trazer o nosso lado humano cá pra fora, o nosso lado bom e fazer os possiveis para continuar assim! Parece hipócrita falar assim, como se fosse uma coisa impensável, impossivel, eu sei, todos nós fraquejamos, todos nós falhamos e todos os dias cometemos erros, mas se depois nos auto-analisarmos e fizermos os possiveis para não voltar a errar, só por pensar já somos melhores do que o dia anterior e todos os dias renascemos como uma flor!

Aqui fica a musica que inexplicavelmente acompanhou o meu sonho esta noite e com que acordei! Foi como reviver os meus tempos em que a experiência falou mais alto do que a teoria. A nossa condição depende muitas vezes da nossa vontade de sermos humanos e não de nos considerarmos uns deuses, como se o Mundo já estivesse tão gasto que nos desse ganas de irmos até outro planeta. Esta noite, acreditem, que o tempo parou, a luz apareceu e o meu sorriso floresceu como se fosse uma flor rara despontando no meio de tanto verde da serra, a mesma serra paradísiaca que envolve a minha humilde casa!

Obrigada Mundo, obrigada Sol por despontares todos os dias à minha porta, és o único a quem eu não convido e aparece sempre na altura certa e a toda a gente que sabe o que é ser um ser humano, obrigada pelo vosso redor, pela vossa sinceridade, pela vossa alegria, pelo vosso amor!





segunda-feira, 17 de junho de 2013

Para ouvir alto e em bom som em homenagem á familia que me aceitou como um deles! Uma vez cigana, para sempre cigana!




Em homenagem a MãSara que ao fim de tantos anos me transmitiu um pouco da sua infinita sabedoria!
"Esta é a tua familia, a nossa, tudo o que precisares a nós virás buscar"





Esta video é dedicado ao meu amado povo cigano que vem através do séculos mostrando à humanidade que as unicas coisas que realmente importam nesta vida são a familia, a honra, o amor, a união e a liberdade!
E vencendo todos os preconceitos e perseguições este povo magnifico mostrou a beleza de sua cultura, acrescentando arte e colorido à este imenso mundo. Povo de minha alma, meu coração está contigo para sempre! OPTCHÁ!!!


domingo, 16 de junho de 2013

Lembro-me...

- de jogar ao guelas e fazermos batota para ficarmos com os abafadores da Elsa
- de chamarmos o pessoal do bairro para brincarmos à sirumba e sermos nós os ladrões
- de roubarmos as beatas ao teu avô para as ir fumar ao cimo do monte
- de enganarmos a d. Lúcia com os trocos fora de circulação a fim de termos mais pastilhas
- de jogarmos ás escondidas nas manilhas junto á minha casa para podermos roubar beijos um ao outro sem que ninguém visse
- de te ver de braços abertos sem as mãos no guiador na BMX emprestada sem olhar no cruzamento ao fim da rua
- dos skates banheiras
- das petas que eu dava à minha mãe para poder sair e ir ter contigo ao baile da associação para dançarmos slows
- da bezana que apanhámos com absinto caseiro em que eu imaginei ter-me transformado num gato e ter ido miar à porta da igreja
- das esperas á porta da minha escola
- das broncas que levava da minha mãe quando chegava a casa a cheirar a fuligem das fogueiras que faziamos nas vivendas em construção na altura em que o meu bairro tinha só meia duzia de casas
- de tirarmos a roupa um dia e termos assustado os teus sobrinhos pequeninos ao entrarmos em tua casa numa manhã em que todos tinham ido trabalhar
- de fugires aos teus avós cada vez que te chamavam "maldito" aquando vinhas ter comigo
- de roubarmos a fruta das árvores dos vizinhos
- das bombas de mau cheiro na casa mortuária quando um dia velavam um vizinho
- de jogarmos à bola todos juntos e eu ter partido o espelho de um carro da oficina do sr. Acácio e teres te dado como culpado
- de jogarmos à sueca com os velhos no café e ganharmos sempre porque tinhas as cartas contadas
- do jogo da caneta em que o meu castigo foi saltar em cima do tejadilho de um carro que pensámos estar abandonado e afinal o carro estava era a arranjar
- de termos um dia apanhado o puto Bruno e tê lo fechado dentro de um contentor do lixo como forma de castigo pelas intrigas que fazia à tua avó sobre nós
- de gozarmos com as beatas ao domingo no fim da tarde quando saíam porta fora todas emproadas
- da garra com que ias para a feira de Odivelas com os teus avós e eu fazia tudo para passar na tua banca a fim de te ver trabalhar
- de me teres enxuto as lágrimas quando morreu o meu hamster preferido
- de o termos desenterrado ao fim de um mês porque queríamos ficar com o esqueleto e não lhe conseguirmos pegar
- do termos apanhado o teu irmão Oscar a fumar ganzas e termos lhe roubado o material para fumarmos nós
- do teu irmão Ica namorar com a Sara ás escondidas e eu contigo
- da fisga que me ofereceste e que a minha mãe tirou porque me dizia que era coisa de rapazes


- de me teres dito um dia que jamais te irias separar de mim mesmo que tivesses longe noutra dimensão
- de teres rompido com as tradições da tua tribo
- de me teres ensinado a tua cultura, a tua lingua e que se um dia eu tivesse que sofrer por amor, me lembrasse de ti e do que sofriam as mulheres da tua familia com a violência de género e que nunca deixasse que isso acontecesse comigo
- de me teres pedido para nunca depender de ninguém e me tornar numa mulher autosuficiente
- de me teres respeitado sempre e de nunca teres proferido uma única palavra grosseira até ao dia em que desapareceste no mar
- da tua consciência, da tua segurança, de teres crescido demasiado depressa para o tempo em que viviamos
- da tua camisa branca sem botões, da tua voz que fazia as miúdas tremerem cada vez que lhes dirigias palavra e dos teus olhos verdes transparentes

- de me teres pedido para viver a minha vida dignamente de cabeça erguida e que a vivesse intensamente como se não houvesse amanhã e sempre com um sorriso na cara












MãSara

MãSara veste de negro há mais de trinta anos!
MãSara é a mais antiga anciã do clã Viana Gentil, enterrou a maior parte dos quinze filhos que teve e alguns dos seus trinta e oito netos!
MãSara enterrou o marido e diz que não tem saudades dele, foi prometida ainda antes de nascer e teve de cumprir com a sua obrigação de esposa submissa durante mais de cinquenta anos, hoje tem noventa e sete e refere-se a si própria como "sempre noiva"!
MãSara não saber lêr nem escrever, sabe fazer contas, nunca foi à escola, mas a sua sabedoria ultrapassa o mais graduado em qualquer disciplina!
MãSara vivia perto de mim na minha adolescência, de cada vez que me via à sua porta, benzia-se e mandava-me embora, mandava dizer pelo neto que eu iria ser a desgraça daquela familia!
O ano passado por esta altura, mandou o seu neto Damião chamar-me aos seus aposentos no acampamento porque me queria rever ao fim de mais de quinze anos! Fui escoltada como se de uma princesa se tratasse, ao ver-me agarrou-se a mim e chorou, chorámos as duas! Ambas sabemos porquê!
MãSara ainda fala em romanês misturado com espanhol e português, agora, depois de ter enviuvado, fuma o seu cachimbo perfumado sem qualquer tabu defronte da familia! Perguntou-me como andava a minha vida, se tinha casado, se tinha filhos! Contei-lhe a minha história! Voltou a chorar!
Disse-me que tinha visto o meu destino traçado no seu tarot e por isso me enxotava da sua casa como se tivesse uma doença contagiosa!
Lançou o na minha presença e das três vezes que o fez as cartas eram sempre as mesmas, podia ter sido truque, mas sei perfeitamente que não, fui eu que as baralhei!
Disse-me também que devia investigar as origens da minha familia paterna, foi isso que fiz no ultimo ano, em contacto com a minha avó Jesus, a avó condescendente e paciente, a mesma que cortou a sua longa trança branca quando o meu avô faleceu, confessou-me que era descendente de mercadores espanhois daí o nome Guardado, comum em vários zonas castelhanas.
Da parte da minha mãe, não soube nada, mas MãSara contou-me pormenores que encaixavam perfeitamente em assuntos que só algumas pessoas mais chegadas conhecem, tal como o facto da minha avó com noventa anos ter um aspecto jovial e ainda dar consultas em casa a senhoras em troca de um abraço ou uma palavra amiga!
MãSara aceitou-me no seu clã, contou-me que em cinquenta anos de casamento fiel, o seu marido foi sempre um tirano, contou-me que foi vitima de maus tratos em todos os quadrantes imaginários, nunca concordou com o tratamento que levava, mas tinha sido prometida e como tal não podia fugir, seria deserdada e eventualmente morta caso o fizesse, também o seu neto foi prometido, mas não chegou a cumprir o seu destino, pois havia visto que uma "senhora" lhe haveria roubar o coração, seria eu, nos meus quinze anos!
MãSara ouviu a minha história de vida, franzindo o sobrolho, sinal de quem não gostou do que ouviu, disse-me que tinha sangue nómada que era resistente, pediu-me o grupo de sangue e antes que eu abrisse a boca lançou uma carta e em tom esperançoso, argumenta:" AB Positivo, Romi!?"
Confirmei!
Voltei a ver os seus olhos verdes reluzentes tremerem!
O grupo AB é dos sangues mais raros e mais antigos, mas isso não faz de mim um ser diferente!
Cortou-me o pulso delicadamente e deixou cair umas gotas de sangue na sua mão, fez o mesmo consigo, com o seu dedo indicador fez uma mancha na minha testa, proferiu: " És agora Viana Gentil, Romi! O meu neto tinha o mesmo sangue! És sangue do meu sangue!" Contou-me que sabia de tudo o que fazíamos juntos, que mandava os sobrinhos espiar-nos para poder ter a certeza de que o seu menino de oiro não fosse desviado, contou-me que todos os dias o inquiria a saber se me tinha desonrado, contou-me que sentia que o seu amor por mim não tinha precedentes e que um dia ele haveria de voltar para me vir buscar caso fosse mesmo obrigado a casar, que nunca seria fiel à sua esposa, que me iria destruir o casamento caso eu não ficasse solteira, contou-me que as discussões lá em casa eram de meia noite com o avô de cada vez que lhe dizia que era comigo que queria ficar, o avô respondia-lhe que antes morto do que casar com aquela "senhora" contou-me que antes dele ter partido tinha visto o seu futuro no seu tarot cigano, actualmente gasto e envelhecido e que se fosse hoje não teria sido conivente com a oposição à nossa união! "A minha familia é agora a tua, a nossa, tudo o que precisares, se pretenderes, a nós virás buscar!"
Não por causa do sangue, mas pelo suplicio que viveu em toda a sua vida! "É na perda, minha querida... que damos valor ao que tivemos!" Dito isto, abraçou-me e mandou-me embora!

Hoje, ás oito horas da noite, o meu telefone tocou!
Do outro lado, Damião, o meu "cunhado" conseguiu dizer com um sorriso numa voz entorpecida: "MãSara partiu e está feliz!"




Que a paz te ilumine, MãSara! Foste uma vencedora no meio de tanta derrota!







terça-feira, 11 de junho de 2013

Viva!






Ya no estás más a mi lado, corazón
en el alma solo tengo soledad
y si ya no puedo verte
porque Dios me hizo quererte
para hacerme sufrir más

Siempre fuiste la razón de mi existir
adorarte para mí fue religión
y en tus besos yo encontraba
el calor que me brindaba
el amor, y la pasión

Es la historia de un amor
como no hay otro igual
que me hizo comprender
todo el bien, todo el mal
que le dio luz a mi vida
apagándola después
ay que vida tan obscura
sin tu amor no viviré...

Ya no estás más a mi lado, corazón
en el alma solo tengo soledad
y si ya no puedo verte
porque Dios me hizo quererte
para hacerme sufrir más

Es la historia de un amor
como no hay otro igual
que me hizo comprender
todo el bien, todo el mal
que le dio luz a mi vida
apagándola después
ay que vida tan obscura
sin tu amor no viviré...

Ya no estás más a mi lado, corazón
en el alma solo tengo soledad
y si ya no puedo verte
porque Dios me hizo quererte
para hacerme sufrir más

Y si ya no puedo verte
porque Dios me hizo quererte
para hacerme sufrir má
Soledad,
Fue una noche sin estrellas,
Cuando al irte me dejaste,
Tanta pena y tanto mal.

Soledad,
Desde el dia en que te fuiste
En el pueblo solo existe
Un silencio conventual

Soledad,
Los arrollos estan secos,
Y en las calles hay mil ecos,
Que te gritan sin cesar.

Soledad,
Vuelve ya,
A quitar con tus canciones,
Para siempre los crispones,
Que ensordecen mi solar.

Soledad,
Vuelve ya,
A quitar con tus canciones,
Para siempre los crispones,
Que ensordecen mi colar.

Soledad,
Vuelve ya,
Vuelve ya,
Mi Soledad.


sábado, 8 de junho de 2013

Caminhos turvos de Dazkarieh




Caminhando vi luz que embala
Sentir que escapa ao olhar

Forte percorri nova estrada
em trilhos por semear

Querer dominar destino oculto
Momento por decifrar
Vida que adormece em longo luto
Quimeras por alcançar

Querer agarrar ondas de loucura
Num momento sem pensar
Ilusão de mais de longe perdura
Mão que urge curar

Voz que entoa paz profunda
Clama em se descobrir
Grita pra revelar segredos a perseguir

Teias que tecem tons escuros
Para me aprisionar
Grito pra libertar demónios
Livre pensar

Querer agarrar ondas de loucura
Num momento sem pensar
Ilusão de mais de longe perdura
Mão que urge curar

Querer agarrar ondas de loucura
Num momento sem pensar
Ilusão de mais de longe perdura
Mão que urge curar

Despertando um sol que emane
Luz no meu jardim
Sentinela nua e crua
Chama por mim

Libertando amarra turva
De um silêncio tal
Emergir pra sempre duma sombra infernal

Vir de um sono profundo
O mundo agarrar
Querer desvendar futuro
Duvidar





Caminhos turvos da Humanidade...
que não quer ver......
que por vezes as mais pequenas e insignificantes coisas..... são de longe as mais belas..
não deixes o teu espirito ser contaminado pelo materialismo..
Não te tornes marioneta dos sistemas capitalistas...
Pensa por ti próprio, aprecia a vida em pleno, respeita o proximo...
Paz, Amor, justiça,alegria, felicidade, fraternidade para a Terra e todos os outros planetas habitados....

KAOS escreve

ignóbil hipócrita consorte
quanto tempo mais irás esconder a tua podre essência entre duas caras
por quanto tempo mais irás andar em liberdade adquirida pelo medo e insegurança
quanta pressão terás aí dentro que consiga mover os interesses próprios da tua laia mortal
asquerosa e deprimente
quanto tempo mais irás demonstrar a tua arrogância e superioridade para quem te demonstrou amizade
serás escravo da tua própria iniquidade
pragas
a maquina irá parar de funcionar e a cegueira será uma constante
cães te devoram o semblante
em fogo levantarás o que te domina e a morte de ruínas estará no teu destino
quantas mais etiquetas irás ter para catalogar quem te rodeia, hipócrita
quantas mais manipulações interesseiras de interior putrefacto se irão aproximar e te deixarão de joelhos rastejando desprovidos de sentimentos
merecida dor que te alimentará o ensino altruísta em prol das tuas conveniências passageiras sem noção de respeito
pesadelos
tumultos nocturnos rodearam a tua segurança como ladrões de crianças
em sangue se consome a inconsciência dos teus actos sujos
perimetros
analisa a tua cabeça e irás encontrar a solidão
poucos se chegarão para tratar das chagas decrépitas e nauseabundas que saem da tua boca
tudo tem uma causa
esconde-te
a legião é enorme e encontra-se ávida da tua jugular

acabou-se-te o tempo



romi
voa
vive
livre
segura
em honra te prometi
em sangue partilhei
em terra não te esqueci
em morte te devorei
dança
sente
ama
sem rancor te quero fresca
digna da minha eleição
és romi
senhora do meu coração
sorri
descansa
atenta
amarei a tua vida
tal como se fosse minha
romi destemida